A Mercadora da Beleza - Parte VII Final

Por Contos, Lendas e Fabulas da Àfrica


As pessoas maravilhavam-se com a formosura e a majestade da Júlia, algumas queriam toca-la para ver se tornavam-se iguais, outras corriam em direcção a mercadora e gritavam: – Mercadora me faça linda eu te suplico, por favor mercadora.
O mundo todo queria toca-la, mas ninguém chegava perto, os seus guardas malhados impediam a aproximação. 

Júlia toda altiva e majestosa, ordenou aos seus homens que a deixassem no centro do salão, os seus homens fizeram como o ordenado, deixaram-na exactamente no meio do salão onde todo mundo podia vê-la oferecendo e tirando beleza.
Dois homens estavam do seu lado directo e esquerdo respectivamente, Júlia sentada numa cadeira no centro do salão, fez um sinal com as mãos como se dissesse qualquer coisa, de repente ouvisse uma voz grossa de um dos seus homens. – Aproximasse! Ordenou o homem com a voz grossa. E logo aproximou-se uma mulher com pouca beleza a vista que disse: – senhora eu te suplico me faça linda.
Júlia com um ar de rainha perguntou: - porque você deseja a beleza mulher?
- Porque estou cansada de ser humilhada, cansada de ser usada senhora, os homens quando me vêem eles simplesmente me ignoram senhora – disse a mulher com a cabeça inclinada.
Com um toque de mágica Júlia tornou aquela mulher tão formosa aos olhos que as pessoas ficaram admiradas.
. – Aproximasse! Ordenou de novo o homem com a voz grossa.
Aproximou-se uma linda jovem moça que tinha um sorriso não muito simpático porque lhe faltavam 3 dentes de frente que disse – mercadora eu te suplico me faça linda senhora!
A mercadora questionou a moça sem dentes, depois lhe fez linda a ela e a muitos outros, a fila foi andando ate que aproximou-se uma mulher com a cabeça coberta com um véu.
- É a Fabila – disse Júlia pelo coração, enquanto os seus olhos exalavam ódio.
- Faça-me linda Senhora, eu te suplico! – disse Fabila ajoelhando-se.
- Tire o véu senhora! – Ordenou Júlia!
- Diga-me, porque queres ser linda? Imagino que seja para humilhar , desprezar os que não tem, não é? Senhora! – Disse Júlia enquanto rodava a volta da Fabila.
- Não senhora, eu nunca faria uma coisa dessas senhora! – Respondeu Fabila tremendo
- Haié? Verdade que não faria? – Interrogou Júlia toda confiante
 - Sim senhora, eu juro que não faria tamanha crueldade.
- Serio que não faria? Então diga-me senhora Fabila, só por curiosidade, o que você fez com a sua prima há um ano atrás aqui neste salão.
Fabila tremendo se perguntava, como a Mercadora sabia de tudo aquilo.
- Senhora por favor não me torture! – Disse Fabila com uma voz baixa, chorando.
- Responda! – Gritou Júlia com um tom apimentado de ódio.
Fabila desesperada e deprimida, confessou gritando e chorando em frente de todo mundo.
- Sim! Sim eu desprezei a Júlia, eu maltratei ela varias vezes, várias vezes eu fui desumana e egoísta, eu cheguei a nega-la ser minha prima em frente as minhas amigas.
- E porque fizeste isso? – Replicou Júlia ardendo de ódio.
- Porque sou egoísta, perversa e não tenho coração – disse Fabila com um ar sem ânimo.
- Diga-me então Fabila? Como poço dar beleza a uma mulher egoísta, desumana e sem coração? Para que ela te serviria? Acha que mereces formosura? Responda!
- Não senhora, eu não mereço – respondeu Fabila toda cansada e sem ânimo da vida.
- Naquela noite quando a Júlia desapareceu, as coisas nunca mais foram as mesmas na minha vida, eu comecei a sentir falta dela, tem dias que eu chorava e me perguntava como fui capaz de desprezar alguém tão maravilhosa só por ser pobre, como não pude ensina-la trata-la como irmã – Fabila falava chorando e com um ar de arrependimento.
- Eu não quero mais beleza senhora, tudo que quero é a Júlia de volta, para poder ama-la ensina-la como fazer as unhas como pintar os lábios, como andar de saltos, eu queria conta-la meus segredos de rapazes…
Enquanto Fabila falava isso, lágrimas caiam dos olhos da Júlia, ela não pode se conter, então Júlia baixou pegou as mãos da Fabila, levantou ela e limpou-lhe as lágrimas enquanto ela também chorava, depois Júlia olhou nos olhos vazios da Fabila e com um sorriso disse – não me reconheces?
Fabila olhou para a mercadora e descobriu que aquela era a Júlia, então deu a ela um forte abraço que quase que não queria larga-la.
as pessoas ao redor aplaudiram e ficaram maravilhadas, Fabila e sua prima Júlia voltaram a se reconciliar, desta vez Fabila e Júlia tornaram-se melhores amigas.
Nt.
- Sempre temos que amar-nos uns aos outros como Deus nos tem amado. 

Fonte: Contos, Lendas e Fabulas da Àfrica- https://www.facebook.com/Contosafricanos333/
 Parte VII Final


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